terça-feira, 14 de setembro de 2010

Amigos.

Olá, meu bem.

Fico me perguntando onde você está, o que anda fazendo...
Não sei se isso é certo ou errado. Não sei mais o que sinto por você e tenho até medo de descobrir.
Não acho que tenha ódio, ou raiva, ou qualquer sentimento assim.
As vezes penso em te ligar. Não chego a ter vontade, mas penso. Como seria? A gente tinha tudo pra ser amigo, lembra? No entanto fico aqui, escrevendo cartas que nem sei se um dia vou mandar.
Acho que eu tenho vontade de te ligar, sim. Mas também tenho medo... medo do que vou descobrir, seja lá o que for. Se você não estiver sentindo a mesma coisa que eu, não vai ser uma ligação legal. Vai que você tem raiva, ou que ainda me ama, ou que não tem vontade de ser meu amigo, ou qualquer coisa assim. Prefiro achar que você está bem, prefiro até achar que você já encontrou outro alguém. Eu sei que isso é covardia, mas deixa assim. Não me orgulho disso.

Quem sabe um dia, se eu tiver a certeza de que o tempo fechou as feridas, eu te ligue e a gente possa ser amigo de novo.



Beijos,

Ana C.


PS: A mamãe abriu a caixa de fotos comigo e me ajudou a guardar tudo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Rosas.

Uma amiga me contou uma história triste hoje.
A avó dela amava rosas e tinha um jardim lindíssimo em sua casa, mas era um jardim pequeno, pois era delicada e não conseguia cuidar do jardim todo. Era uma frustração.
Um dia, o avô da minha amiga passou pelo pequeno jardim e viu a moça. Se apaixonou perdidamente pela moça, pelo jardim, pelo perfume e pela dedicação da moça e por seu brilho nos olhos. Ele sorriu, tirou o chapéu e se aproximou para falar com ela, mas ela levantou os olhos e soltou tudo e entrou correndo dentro de casa.

O avô da minha amiga parou, baixou a cabeça, recolocou o chapéu e retomou seu caminho.
Mas não esqueceu a moça. Foi a uma biblioteca, estudou sobre as rosas, perguntou a jardineiros, conversou, aprendeu. Plantou com toda disposição, errou algumas vezes, mas fez um jardim belíssimo com rosas de várias cores.

Um dia quando a moça chegou em casa e o rapaz estava em seu jardim, ela fez menção de correr, mas ele lhe mostrou uma rosa diferente, de uma cor que ela não conhecia. Ele se aproximou lentamente, pegou sua mão e a guiou em uma caminhada até o seu jardim.

Eles se casaram, se mudaram para uma casa linda no interior, onde possuiam um jardim belíssimo, enorme, maravilhoso. Todos os dias eles dedicavam horas ao jardim. Por décadas, os dois de cabeça branquinha lado a lado, cuidando do jardim.
Mas o avô da minha amiga faleceu e agora Mrs. Martín só cuida de um jardim pequeno, porque é frágil e delicada e não consegue cuidar do jardim inteiro.


Minha amiga sempre lembra do avô quando vê rosas.
Acho que sempre vou lembrar do avô dela quando eu vir rosas.


Ana C.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

De volta.

É bem como eu disse no início.
Eu não ia querer voltar. Eu não quero estar de volta.
Queria aquela vida lá pra mim. Não me entenda mal, não estou fugindo de você, eu lembro de você eventualmente, não importa onde esteja.
Falando nisso, eu menti. Eu não esqueci teu aniversário. Mas não quis ligar.
Você me chutou da tua vida, achei bem justo não te querer mais na minha.

Mas, voltando ao assunto. Não queria voltar pra essa vida amassada pelos problemas idiotas, pelos amigos monótonos - menos uns 3 que eu fazia questão de manter contato.
Quero no presente e no futuro aquele mundo de cabeça aberta, sem preconceito, de problemas de verdade e de opções insanas.

Estou aqui de volta, aquela nossa amiga me ligou, fiquei feliz de ouvir uma voz de alguém que eu já considerava passado - tudo culpa sua - alguém tão bacana que eu tive que esquecer, ou melhor, fingir que a vida estava afastando, quando, na verdade, foi você que me obrigou a me afastar.

Era também por isso que eu queria aquela vida lá. Não tinha você pra me atrapalhar seguir em frente sem me preocupar se posso amar quem faz parte da tua vida. Lá eu podia me entregar pra quem quer que fosse e não precisaria falar de passado.

Mas estou aqui, planejando minha próxima viagem pra longe de ti.
Assim que eu puder.
Mas de qualquer forma, estou de malas prontas.

Ainda penso em ti e não consigo abrir aquela caixa de fotos.
Mas eu vou conseguir eventualmente.

Beijos,


Ana C.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Barco Furado.

Vou te contar um caso:

Um dia, eu citei Caio F. pra ele:

"Olha, eu sei que o barco está furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar de remar também."

Mas ele parou, me culpou de ter furado o barco.
Eu ainda remei sozinha por um tempo, mas cansei e disse pra ele tirar a água suja que estava se acumulando no fundo e ele:

"Olha, eu sei que isso é tudo muito lindo, não desistir e tals, mas eu não acho que dá pra chegar em lugar algum com esse barco. Então, vou pular na água e nadar sozinho. Boa sorte, vou sentir sua falta."


Mas eu fui mais rápida e cortei uma mão dele, arranquei os dedos e fui tapando os buracos do barco.
Ele ficou lá, sentindo como era ver um pedaço seu partir.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Varanda.

Você não sabe como é bom abrir um dedinho da varanda e sentir aquele vento no rosto. Ouvir aquele assobio do vento correndo pra passar pela brechinha aberta.


Fico sorrindo só de lembrar.

Pra você ver, antes eu nem tinha vontade de levantar da cama. Agora eu já levanto, abro a varanda, fico rindo besta pra uns passarinhos à toa.

Não se preocupe, meu coração continua desocupado, mas aqui dentro está tudo colorido de novo.



Ana C.

Sobre mim.

Estou aqui, escolhendo o que mostrar.
Minha mania por fotos, meu amor por lápis de cor, meu desejo de viagens e minhas cores preferidas.

Penso em você.
É por isso que escrevo.




Ana C.